Se eu soubesse que não mais te veria
Que as minhas mãos nunca mais tocariam as tuas
Nem o nosso corpo seria mais um do outro
Teria sido menos doloroso
Se eu soubesse que o nosso caminho não mais se cruzaria
Nem os meus lábios sentiriam os teus
Teria sido menos doloroso
Em busca de todos os porquês que não serão ditos
As lágrimas caem salgadas pelo meu rosto em dor
Sinto que muito ficou por ser
Tanto de nós ficou simplesmente preso nos muros desse mesmo orgulho que nos imobilizou
Trouxe um silêncio que mói
Que dói
Se eu soubesse que o destino nós traria tão pouco
Teria sido menos doloroso
Guardo no meu intimo os segundos que passamos
As vezes que trocamos olhares
Ou quando nos vimos pela primeira vez.
Lembro com saudades as conversas infinitamente aguardadas
Que na neblina da noite duravam ate a aurora sem fim.
De tudo o que partilhávamos,
Era só nosso…
Como amantes escondidos fomos inteiros
Sem máculas nem dúvidas
Sedentos de paixão
Tínhamos o mundo
Sem nos apercebermos
Se eu soubesse que iria sentir a tua ausência
Teria sido menos doloroso
Alados através da euforia dos outros
Dos contrastes e das palavras do vento
Deixamos que o laço que nos unia fosse ferido
Que o rasgar do pano nos tornasse meros famosos
Não mais vimos o raiar do sol juntos
Nem tão pouco o nosso canto tocou pela última vez
O mesmo tempo que nos aconselhou a sentir em uníssono
Já mostra cansaço
O castigo de não nos termos mais deixa – nos reféns
Dum medo sem rumo.
É um velho musgo que enfraquece para um futuro que precisa de ser afortunado
Precisa de ser forte e frágil
E começar de novo
Se eu soubesse que as minhas cartas seriam juras sem retorno
Teria sido menos doloroso
Amo – te
Ana luísa Pombares
Tudo o que foi feito, foi feito. E o que foi feito, se um dia voltar a nascer mas de uma outra forma, com certeza que as sombras do passado irão funcionar de uma nova forma para uma nova vida!
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